segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fim de mais um ciclo

 Depois de uma noite bem entregue aos braços de Morfeu, acordo, levanto a cabeça, olho para o relógio que marca 06h04min. Tomo um susto! Dormi bem, muito bem. Espreguiço-me uma, duas, três vezes. Viro prum lado, viro pro outro e penso: É, semana se iniciando, tá na hora de levantar, tenho muitas coisas para fazer, o dia hoje promete, vai ser daqueles, com direito até a pintor que hoje inicia a pintura do meu apartamento pois, conforme já dito pra vocês, grandes mudanças virão, com ciclos se fechando e outros se abrindo. Levanto, descerro a cortina e abro minha janela (sim, criatura, a janela do meu quarto, aquela que sempre falo pra vocês! Afffff!). 

Pois bem, a claridade ofusca meus olhos, como a lembrar que a aurora precede o nascer do sol. Eu gosto de levantar-me pela aurora. Hoje é um dia atípico. Estou com uma alergia de dá pena e dó. Meu nariz já está igual a um pimentão maduro. Bom, deixa pra lá , isso é outro assunto. Volto aos meus devaneios. Volto à minha janela. Volto meus olhos para o horizonte. O sol está aí, como sempre, insolentemente brilhante. 

A cidade parece ser feita de luz. Como acontece todas as manhãs, pego um balde, encho de água e vou aguar minhas plantinhas. Em silêncio dou início a rega, uma espécie de aspersão ritual para que minhas plantinhas não murchem como murcho está meu coração (não, meu coração num tá murcho coisa nenhuma, é mentira, to mentindo, que coisa feeeeeeeia!). E eu olho para as plantas, para o homem que passa lá em baixo com uma mochila nas costas. De repente noto que as gotinhas de água de uma plantinha está caindo nos ombros daquele senhor que sem motivo aparente, havia parada na calçada. Ele olha pra cima e se afasta um pouco. Perco o interesse e olho para a rua ao lado. Avisto pessoas que vão ao trabalho, pardais que entoam seus cantos numa invejável alegria, pulando o muro e pousando nas plantas. Viro-me e vejo minha Josefina a abrir e fechar seus olhinhos, provavelmente, sonhando com os pardais. Avisto duas borboletas quase transparentes a fazer zig zag no ar. Agora é um avião que passa como a chamar-me para mais uma viagem. Adoro viajar! 

São 7 horas, o interfone toca. Atendo. É o porteiro avisando que o Assis, o pintor chegou. E as mudanças vão começar e ter início o fim de um ciclo. Volto-me para dentro de mim mesma e penso: - Tudo certo! Sinto-me tranquila, calma, serena. É, parece que está tudo em seu lugar. E quando falo dessas coisas que estão ali, diante de minha janela, dessas pequenas felicidades, as pessoas não acreditam, acham que essas coisas não existem. Pois saibam que existem sim, é só saber olhar de sua janela para poder vê-las.

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