“Com a arma na cabeça, qualquer um fica anestesiado. A situação é alarmante. A qualquer hora podemos ser assaltado”. O desabafo do comerciante Francisco das Chagas Fortes, além da revolta, carrega o alívio de, entre 2012 e 2013, ter sobrevivido a três assaltos a mão armada no seu comércio, no Conjunto Ceará, em Fortaleza. Infelizmente, a situação não é esporádica. De janeiro a julho deste ano, foram registrados 1.775 roubos a comércios na Capital. Média de oito crimes por dia. Em setes meses, as ocorrências já representam 70% do total registrado em 2012.
Dados disponibilizados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) dão conta de que, a média de ocorrências do tipo, registradas oficialmente, cresceu nos últimos anos. Em 2012, a média diária foi de sete crimes, enquanto em 2011, cinco comércios foram roubados, por dia, na Capital. O Centro (com 108 ocorrências), Aldeota e Messejana (com 77 registros cada) lideram a lista dos bairros mais afetados este ano.
No Conjunto Ceará, onde o comerciante Francisco das Chagas, viu-se obrigado a contratar mecanismos de segurança privada para aliviar a situação, foram contabilizados 30 roubos a estabelecimentos comerciais em 2013. Dentre os 117 bairros de Fortaleza, o Conjunto ocupa a 13ª posição no ranking negativo.
AÇÕES SIMILARES
Nos três roubos ocorridos na loja de revenda de bebidas, as ações foram similares, conforme Francisco. Em grupo, assaltantes adentravam o comércio, desencapuzados, e anunciavam o assalto. Sempre portando armas, eles, nas três ocasiões, fizeram o comerciante de refém. Mais de R$ 10mil, celulares e equipamentos eletrônicos foram levados do local.
Nos três roubos ocorridos na loja de revenda de bebidas, as ações foram similares, conforme Francisco. Em grupo, assaltantes adentravam o comércio, desencapuzados, e anunciavam o assalto. Sempre portando armas, eles, nas três ocasiões, fizeram o comerciante de refém. Mais de R$ 10mil, celulares e equipamentos eletrônicos foram levados do local.
“O governo já perdeu o controle, hoje, nós vivemos encuralados. Se der um descuido, eles levam tudo e ainda corremos o risco de morrer”, completou o comerciante, que há cerca de três meses instalou um sistema de câmera de monitoramento para tentar minimizar os danos e precaver-se diante das possíveis ocorrências. “É o que pude fazer”, garante, ao afirmar que para a instalação do sistema, que vistoria quatro ângulos internos e externos do imóvel, teve de desembolsar R$ 3 mil.
Segundo dados da SSPDS, a média do número de furtos (apropriação de objetos e/ou valores de terceiros sem uso de violência ou ameaça) a comércios também apresenta crescimento gradual. De janeiro a julho, foram 1.325 ocorrências. Média de seis casos a cada 24h. Em 2011, a média foi de quatro ocorrências e em 2012 cinco. Centro, Aldeota e Messejana lideram também esta lista com 140, 110 e 37 crimes respectivamente.
ATUAÇÃO DA PM
Conforme o comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Ribeiro, a Polícia Militar tem utilizado as estatísticas da SSPDS para direcionar ações mais intensivas nas áreas afetadas por este tipo de crime. Apesar da afirmação, o coronel, mesmo questionado, não detalhou os procedimentos adotados.
Conforme o comandante do Policiamento da Capital, coronel Carlos Ribeiro, a Polícia Militar tem utilizado as estatísticas da SSPDS para direcionar ações mais intensivas nas áreas afetadas por este tipo de crime. Apesar da afirmação, o coronel, mesmo questionado, não detalhou os procedimentos adotados.
Ele ponderou que “o número de ocorrências em geral, é grande o que acaba comprometendo o patrulhamento, dando margens para esse tipo de ação criminosa”. “Enquanto os policiais estão atendendo ocorrências, essa vistoria fica descoberta, e são nessas horas que, muitas vezes, ocorrem os roubos”, completou.
O coronel ressaltou ainda, embora sem apresentar números, que a impunidade favorece os altos índices de roubos e furtos a comércios e residências na Capital. “Prender, a Polícia prende, mas mecanismos judiciais fazem com que bandidos voltem a atuar. Segurança Pública não é só prisão, temos que pensar também em frear a impunidade”, defendeu.
RECONHECER O ERRO
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB, César Bertosi, a Polícia precisa “evoluir, investigar, trabalhar e concluir seus inquéritos e apurações de maneira jurídica suficiente para manter os indiciados presos”. De acordo com ele, para que a situação de insegurança possa tranformar-se é preciso que “o Estado reconheça que tem algo errado”.
Conforme César, as estruturas básicas da Polícia de inteligência e operacional devem ser entendidas e aplicadas como complementares e não como concorrentes, a fim de garantir o mais rápido possível a repressão a crimes do tipo.
Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB, César Bertosi, a Polícia precisa “evoluir, investigar, trabalhar e concluir seus inquéritos e apurações de maneira jurídica suficiente para manter os indiciados presos”. De acordo com ele, para que a situação de insegurança possa tranformar-se é preciso que “o Estado reconheça que tem algo errado”.
Conforme César, as estruturas básicas da Polícia de inteligência e operacional devem ser entendidas e aplicadas como complementares e não como concorrentes, a fim de garantir o mais rápido possível a repressão a crimes do tipo.
11 CASAS FURTADAS POR DIA:
APELO À SEGURANÇA PRIVADA
De janeiro a julho, Fortaleza contabilizou 2.454 furtos e 639 roubos a residências. Em média, 11 casas são furtadas por dia na Capital. Se comparada a 2011 (3.968) e 2012 (4.071) a média deste ano, é maior. O Jangurussu lidera a lista com 112 ocorrências, seguido de Messejana (com 79) e Bom Jardim (76). Felizmente, 15 bairros não registraram crimes do tipo este ano.
APELO À SEGURANÇA PRIVADA
De janeiro a julho, Fortaleza contabilizou 2.454 furtos e 639 roubos a residências. Em média, 11 casas são furtadas por dia na Capital. Se comparada a 2011 (3.968) e 2012 (4.071) a média deste ano, é maior. O Jangurussu lidera a lista com 112 ocorrências, seguido de Messejana (com 79) e Bom Jardim (76). Felizmente, 15 bairros não registraram crimes do tipo este ano.
Em relação aos roubos, a média deste ano, é de três ocorrências por dia. Jangurussu, novamente, aparece no topo da lista, com 26 crimes, seguido por Cidade dos Funcionários e Edson Queiroz com 22 e 20 casos, respectivamente. Dos 117 bairros da Capital, 23 não contabilizaram roubos a casas este ano. Em 2011, foram 16 bairros e em 2012, 18 nesta mesma condição.
Se a insegurança aumenta, cresce também o apelo à segurança privada. Segundo o gerente da empresa Corpvs Segurança Eletrônica, George Câmara, o mercado tem sentido “leve crescimento da demanda”. De acordo com ele, é notória a ampliação da busca por sistemas de filmagem e gravação, tanto para comércios como para casas. Em imóveis pequenos, a instalação do sistema custa, em média, segundo o gerente, R$ 2mil. (O Estado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário