Veja: Moro barrou delação de Eduardo Cunha que entregaria 1/3 do MPRJ, 95% dos juízes do TJRJ, 99% do TCERJ e 100% da Alerj
Dando continuidade à parceria com o Intercept, a Veja que começa a circular hoje revela que por ordem de Sérgio Moro, a delação de Eduardo Cunha, que segundo os próprios procuradores da Força Tarefa da Lava Jato, entregaria 1/3 dos membros do Ministério Público do Rio de Janeiro, 95% dos juízes do Tribunal de Justiça do RJ, 99% dos membros do Tribunal de Contas do RJ e 100% dos deputados da Alerj, o que incluía, obviamente, Flavio Bolsonaro, foi barrada.
De acordo com a reportagem, na "noite de 12 de junho de 2017, Ronaldo Queiroz, procurador da força-tarefa da Lava-Jato na PGR, cria um grupo no Telegram com Dallagnol para avisar que foi procurado pelo advogado de Cunha para iniciar uma negociação de delação premiada. Queiroz afirma que as revelações poderiam ser de interesse dos procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal, onde corriam ações relacionadas ao político. Após membros do Rio de Janeiro serem incluídos no grupo, Queiroz posta uma mensagem que dá uma ideia de sua visão de mundo sobre a quantidade de honestos na Justiça e na política (uma visão de mundo compartilhada por muitos de seus colegas da Lava-Jato). Queiroz afirma esperar que Cunha entregue no Rio de Janeiro, pelo menos, um terço do Ministério Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de Contas e 100% da Assembleia Legislativa."
Ainda Segundo a Revista Veja, "No dia 5 de julho, durante o período da tarde, os procuradores concordam em marcar uma reunião com o advogado Délio Lins e Silva Júnior para a terça-feira seguinte (11 de julho). Naquele mesmo dia, às 23h11, em uma conversa privada, Moro questiona Dallagnol sobre rumores de uma delação de Cunha. 'Espero que não procedam', diz. Dallagnol afirma que tudo não passa de rumores. Ele confirma ao juiz que está programado apenas um encontro com o advogado para que os procuradores tomem conhecimento dos anexos. 'Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par', afirma. Moro, então, reitera seu posicionamento. 'Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe.' Detalhe: isso sem saber o conteúdo."
A Veja diz ainda que "Como a proposta de delação atingia políticos com foro privilegiado, a palavra final para assinar um acordo de delação com Cunha passou para a PGR. A homologação competia ao ministro Luiz Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF. O ex-deputado corria na época para fechar um acordo antes de o doleiro Lúcio Bolonha Funaro assinar os termos de sua delação. Os procuradores envolvidos nas negociações diziam que a dupla falava sobre os mesmos temas, o que tornaria desnecessária a aprovação das duas colaborações. No dia 28 de julho, já com os anexos de Cunha em mãos, Ronaldo Queiroz diz que a ideia é analisá-los em conjunto com os colegas para tomar uma decisão sobre aceitar ou rejeitar a delação. Em 30 de julho, Queiroz diz que o material é fraco. No dia seguinte, uma mensagem do procurador Orlando SP, provavelmente Orlando Martello Júnior, traz o posicionamento de Curitiba — o mesmo de Moro: 'Achamos que o acordo deve ser negado de imediato'”.
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