O Ministério das Relações Exteriores, Itamaraty, divulgou nota hoje (18) em que classifica como "medida injustificável" a retenção de um brasileiro no Aeroporto de Heathrow, em Londres, por nove horas, período em que ficou incomunicável. Segundo o documento, o governo brasileiro manifesta "grave preocupação" em relação ao episódio, ocorrido neste domingo.
A nota não informa a identidade do brasileiro, mas, de acordo com jornal britânico The Guardian, trata-se de David Miranda, companheiro do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, autor de diversas reportagens sobre o programas de ciberespionagem promovidos pela Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA).
As reportagens, baseadas em documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à NSA, foram publicadas no mesmo The Guardian. Em artigo publicado hoje no site do jornal, Greenwald avalia o episódio com uma tentativa fracassada de intimidação e diz que produzirá efeito oposto ao esperado.
A ação, de acordo com o Itamaraty, foi baseada na legislação britânica de combate ao terrorismo e envolveu uma pessoa "contra quem não pesam quaisquer acusações que possam legitimar o uso de referida legislação". Ainda segundo a nota, "o governo brasileiro espera que incidentes como o registrado hoje com o cidadão brasileiro não se repitam".
Também por suspeitas de ligação com terrorismo, policiais de Londres mataram, em 2005, o mineiro Jean Charles de Menezes, de 27 anos. Ele foi confundido com um terrorista em um trem do metrô da capital britânica. A morte de Jean Charles ocorreu depois de uma série de atentados ao sistema de transporte público de Londres. (Agência Brasil)
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