domingo, 25 de agosto de 2013

O amor do Céu e da Lua

 Foi paixão à primeira vista, a do Sol com a Lua. Quando eles se encontraram á primeira vez, um piscou pro outro e o romance começou e um grande amor aflorou. Foi a coisa mais linda de se ver. Mas, logo eles sentiram que não poderiam ficar juntos. É claro que isso foi no início do mundo, quando Deus resolveu criá-los e iluminar o dia com o Sol e a noite com a Lua. Foi um encantamento só. Resultado: O brilho. Mas, o amor tornou-se platônico, solitário. E teve início a tristeza. Como segurar um amor que não se encontra nunca? Como o dia iria encontrar a noite e vice-versa? Não iria dar certo. É claro que a partir dessa constatação, sabedores que jamais iriam se encontrar, a dor e a tristeza se abateram sobre eles e os dois, o Sol e a Lua, começaram a chorar.
 Para aplacar tamanha tristeza, Deus deu à Lua um bocado de filhotes, as estrelas. Para o Sol, Deus deu um pomposo título de nobreza: Astro-Rei. Mas isso não os deixou felizes. Como seriam felizes se jamais poderiam estar perto um do outro? E mostraram sua tristeza para Deus. 
Ele, Deus, matutou, matutou e então resolveu falar da importância de cada um. Para a Lua Deus disse: Tu, bela mulher,  nas noites, vais voltar teu radiante brilho para iluminar os caminhos dos enamorados, serás cantada e decantada em prosa e verso! E tu, Sol, não esqueças, eis o Astro-Rei! Iluminarás a terra e levarás calor para as pessoas, a fauna e a flora! Encantarás com teu brilho escaldante todo o universo. Mas os dois não se conformaram e hoje o Sol finge que é feliz e a Lua tenta esconder sua tristeza e, como mulher que é, vive suas fases, um dia é quarto minguante, noutro nova, em outro quarto crescente para finalmente ficar cheia. E assim ela vai ardendo de paixão na escuridão da saudade. 
 E o Sol e a Lua, até hoje, vivem a solidão, intercalada pelo eclipse que Deus, por piedade, criou para uni-los mesmo que por alguns segundos, alguns minutos. Isso mostra que todo amor é  possível, até o do Sol com a Lua. E quando se dá o ECLIPSE, podem ter certeza, é o Sol e a Lua fazendo amor. Nesse momento, não olhe, pois o amor dos dois é tão grande, tão imenso, tão intenso, tão forte, que pode lhe cegar.

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