segunda-feira, 26 de maio de 2014

Eleições 2014

Especialistas estudam influência nas urnas

Daqui a 18 dias, em São Paulo, será oficialmente declarada a abertura da Copa do Mundo de 2014. A partir daí, a presidente Dilma Rousseff também inicia uma nova fase rumo às eleições deste ano. A petista será candidata à reeleição e,  terá como principais adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). O Mundial ocorrerá em pleno período das convenções partidárias, que definirão oficialmente as candidaturas e as alianças eleitorais. Aliados do governo apostam que, se o Brasil conquistar o hexacampeonato, uma onda de otimismo tomará conta do país. Se a seleção canarinho perder, contudo, um tsunami de problemas represados poderá vir à tona. Para os articuladores de Dilma, os dois cenários irão influenciar o resultado das urnas. Para alguns especialistas, não.
Para o professor  de Ciências Políticas da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Horácio Frota, neste momento, é possível especular sobre os resultados concreto da relação entre a bola e as urnas. Mesmo assim, segundo ele, não há uma relação direta entre os dois fatores. Para o professor, apenas a oposição espera que isso ocorra, pois a população possui outra relação com o Mundial, tanto do ponto de vista material, quanto simbólico. “Tudo isso é menor frente ao espírito do povo. O povo é maior que tudo isso”, disse, em referência as manifestações ocorridas e marcadas para os dias de jogos.
A tendência, de acordo com Horácio Frota, é que a Copa exerça outros tipos de influência, como, por exemplo, a redução do desemprego. Para ele, a propaganda eleitoral na televisão será uma peça fundamental para modificar qualquer possível repercussão  diante do desempenho da seleção brasileira e seu impacto na disputa eleitoral. “Ela [Dilma Rousseff] terá espaço para apresentar e, se for capaz demonstrar suas propostas e a oposição não conseguir contestar, não terá problemas. Fora isso, não vejo de imediato desgaste, a não ser que surja um fato novo”, comentou.
SÓ AS OBRAS
Uribam Xavier, cientista político da Universidade Federal do Ceará, diz que, pela lógica, o resultado do Mundial não atingirá os governantes que concorrerão às eleições, em especial, a presidente Dilma. Ele avalia que o processo de decisão do voto vai além da euforia característica dos mundiais de futebol. Uribam cita que, mesmo com o resultado ruim, o que pode proporcionar um prejuízo ao processo eleitoral são os gastos para realização do evento, as obras de mobilidade inacabadas e o superfaturamento das obras, uma vez que estes itens fazem uma relação direta com o gestor, tendo em vista a exploração por parte da oposição dos canteiros de obras abandonados.
Uribam concorda que o cenário pode mudar, uma vez que, nos últimos anos, os desgastes são pontuais e rapidamente superados. Segundo ressaltou, embora tenhamos uma crise, o cenário é favorável a Dilma Rousseff, pois a presidente conta com o apoio dos principais atores da economia. Embora estejam na torcida, sem o desafio de administrar o país, os presidenciáveis da oposição, como o ex-governador Eduardo Campos (PSB/PE) e o senador Aécio Neves (PSDB/MG), não devem incorporar o discurso do “já ganhou”, isso porque, segundo Uribam, nem mesmo eles possuem projetos novos a serem apresentados que atendam aos anseios já manifestados pela população.
(OESTADO)

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