Ao afagar Lula e bater em Dilma; ao se aliar ao PSDB, mas atacar Aécio, PSB adota postura escorregadia que pode lhe causar dano
Até tomar o caminho da candidatura própria para a Presidência da República, o PSB subiu no palanque de Lula, endossou a candidatura de Dilma, cultivou laços fortes com o PSDB – sempre propagando a afinidade com Aécio -, e filiou Marina Silva.
Ao longo dos anos, essa trajetória foi e continua a ser escrita com movimentos que evidenciam, de um lado, acordos e laços firmes, mas, de outro, expõem relações marcadas pela desconfiança.
Com a pré-campanha de Eduardo Campos nas ruas, vimos os socialistas romperem com o PT, fecharem aliança com a Rede Sustentabilidade e continuarem a valorizar o entendimento com o PSDB.
Mas se Dilma é açoitada diariamente, Lula é tratado como benfeitor do país. Se Eduardo não diz que Aécio tem o “cheiro da derrota”, endossa a frase cortante proferida por Marina (a vice já escolhida).
E se Marina quer manter sua Rede “pura” e distante do PSDB, os socialistas defendem alianças com os tucanos.
Assim, entre sopros e mordidas, o PSB vai construindo uma trilha, que, se para um leigo é perigosa, para um escolado na política made in Brasil pode ser perfeitamente natural.
Seja lá o que for, o certo é que o PSB pode estar jogando alto demais para ter um lugar ao sol diante da polarização que se delineia entre Dilma e Aécio (PSDB X PT).
Ao afagar Lula e bater na presidente, ao manter pontes com o PSDB, mas sublinhar divergências com os tucanos, o partido de Eduardo adota uma postura que pode ser entendida como escorregadia, claudicante.
E, se o eleitor identificar pouca clareza nas posições, o resultado esperado pelos socialistas certamente não será exitoso.
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