O governo teve sete anos para planejar a Copa. Mas ainda
corre contra o relógio. Só nesta terça-feira (27), a 16 dias do pontapé
inicial, a Câmara aprovou medida provisória que cria 100 cargos de direção,
chefia e assessoramento numa área tão estratégica quanto a segurança. A
proposta ainda precisa ser votada no Senado.
Os novos cargos serão abertos num órgão do Ministério da
Justiça. Chama-se Sesge, Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes
Eventos. Hoje, dispõe de 22 servidores. O governo chegou à conclusão de que é
pouco. Justificou-se por escrito, na exposição de motivos da medida provisória.
“As ações de segurança sob responsabilidade da Sesge
compreendem todos os serviços considerados essenciais nos grandes eventos,
sejam eles policiais ou não, com finalidade de responder a qualquer incidente
relevante ou outro acontecimento que coloque em risco a segurança da população
em geral, dos convidados, das delegações e das comitivas.”
O texto aprovado pelos deputados classifica os cargos como
“temporários”. Alega-se que serão extintos em 31 de julho de 2017, depois das
Olimpíadas. Serão preenchidos por servidores deslocados de outras repartições,
civis e militares. Os selecionados terão seus salários tonificados por comissão
criada especialmente para os responsáveis pela segurança da Copa e da
Olimpíada.
Pelas contas oficiais, a novidade vai custar algo como R$ 4
milhões por ano. O governo afirma que não haverá desembolso novo, porque foram
extintas cerca 500 funções comissionadas. Meia verdade. Essas funções estavam
vagas. E o contribuinte não gastaria nenhum tostão se elas continuassem assim.
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