Durante vista ao sertão nordestino para vistoriar as obras da Transposição do Rio São Francisco, a presidente Dilma Rousseff reconheceu que o atraso de mais de cinco anos nas obras aconteceram porque o prazo foi “subestimado”. “Eu acho que teve subestimação do tamanho das obras, que exige tempo e maturação. Não estou negando que houve atrasos, mas em lugar nenhum do mundo se faz uma obra destas proporções com um tempo inferior a cinco anos”, salientou a presidente sem citar quem subestimou o empreendimento – alvo de constantes críticas da oposição.
Dilma ressaltou ainda que as obras são complexas, e que o governo trabalha mais preocupado em garantir a segurança hídrica do que na questão de prazos. “Visamos não ao fim da obra, mas garantir construção de trechos que resultem em água”, disse à imprensa, acrescentando que não há conflito sobre distribuição da água do São Francisco, pois “o volume retirado é pequeno”.
Segundo a presidente, a obra de integração do São Francisco e a oferta de água irão atrair de volta os nordestinos que deixaram suas cidades em busca de trabalho. “Com o trabalho feito aqui e o esforço de vocês, estamos fazendo uma obra que não só leva água, ela traz os nordestinos que saíram daqui de volta para suas terras. Temos de criar condições para que, quando a seca chegar, estejamos mais fortes e possamos conviver com ela”, disse, acrescentando que a obra demonstra que houve planejamento, e a população tem consciência de que a água é fundamental. “Ninguém aqui vai ser surpreendido pela seca, porque sabemos que ela ocorre aqui”, afirmou, finalizando o discurso.
A presidente aproveitou, ainda, para destacar a importância dos programas assistencialistas do governo, como o Bolsa-Estiagem e o Seguro Garantia Safra, para minimizar o impacto da seca na região.
CRÍTICA
Sem citar nomes, Dilma fez uma crítica ao governo tucano e disse que, antes de Lula, “ninguém tinha preocupação com a seca”. “Não fizeram obras para períodos de seca, especialmente no inverno. Não se preocupavam com a resistência à seca. Nós demos respostas pela revitalização do Rio São Francisco, com investimentos de R$ 2,6 milhões, sendo R$ 2,1 milhões de revitalização e R$ 500 mil para obras de saneamento, esgoto”, citou, lembrando da seca em São Paulo.
VISTORIA
Além de Jati, Dilma visitou o Túnel Cuncas II, em São José de Piranhas, na Paraíba, e a cidade de Cabrobó (PE), onde irá verificar as obras da Estação de Bombeamento EBI-1. O projeto de integração do São Francisco tem 470 quilômetros de extensão e irá beneficiar a população de 390 municípios nos estados de Pernambuco, do Ceará, da Paraíba e do Rio Grande do Norte, de acordo com o Ministério da Integração Nacional. Segundo o Ministério da Integração, as obras devem ficar prontas até o fim de 2015.
BASTIDORES
Cerca de 40 índios bloquearam dois sentidos da BR-428, em Cabrobó, no sertão pernambucano, em protesto contra a visita da presidente Dilma no sertão nordestino. Os índios tentaram se aproximar do local da visita, mas foram impedidos pela Polícia Rodoviária Federal.
A comitiva presidencial contou com a presença do governador Cid Gomes (Pros) e do secretário de Saúde do Ceará, Ciro Gomes (Pros). Os dois acompanharam Dilma Rousseff desde o desembarque em Fortaleza até o final da visita.
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