Camilo ainda aguarda verba para conter crise na saúde
Diante da crise na saúde do Estado, da cobrança dos deputados estaduais, federais, e principalmente do governador Camilo Santana (PT), o ministro da Saúde, Artur Chioro, vem a Fortaleza, no próximo dia 28, para anunciar a liberação de recursos para minimizar a crise no Estado. A confirmação é do coordenador de Urgência e Emergência da Secretaria Estadual da Saúde, Alex Mont’Alverne. Os valores não foram divulgados pela Secretaria da Saúde do Estado e nem pelo Governo do Estado.
Mont’Alverne foi a Brasília, ontem, para manter contatos com o ministro e expor as necessidades da saúde pública do Ceará. “Nós temos boas perspectivas de que o ministro Chioro vai anunciar o que foi sugerido pelo governador Camilo Santana, em termos de negociação, mas o montante nós só vamos ter conhecimento na próxima terça-feira”, assegurou.
Segundo o coordenador das unidades de Urgência e Emergência do Estado, a verba dinheiro será empregada, por exemplo, na habilitação de 50 leitos do Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, além de 34 unidades do Samu que ainda não estão habilitadas. Conforme o coordenador, outras unidades necessitam de habilitação, mas que precisam de custeio. “Qualquer unidade nova de saúde só vai funcionar se tiver recurso casado, ou seja, parte do Governo do Estado e parte do Ministério da Saúde”, frisa.
Rombo
Mesmo em recesso legislativo, a oposição continua questionando e cobrando do Executivo, planejamento e maior aplicação dos recursos na área da saúde. De acordo com o deputado Heitor Férrer (PDT), o governo de Camilo Santana vive em total “desequilíbrio” das contas da saúde, em função da falta de planejamento do ex-governador Cid Gomes (Pros), que construiu equipamentos no Estado e não planejou o seu custeio. “O setor encontra-se na UTI financeira e amarga um déficit considerável”, afirma. O déficit na área, segundo Heitor, foi constatado após o secretário interino da Saúde, Henrique Javi, apresentar para um grupo de deputados, representantes da sociedade civil e do Sindicato dos Médicos, na Secretaria de Saúde do Estado, informações que atestam que há um “rombo” de R$ 400 milhões/ano no orçamento.
“É uma conta que não fecha. Houve uma falta de planejamento do governo Cid Gomes no que se refere ao funcionamento do sistema. A pasta enfrenta, agora, enormes dificuldades pela falta de controle das informações”, apontou. Conforme o pedetista, as obras como hospitais regionais, Upas e policlínicas são obras necessárias ao Estado, mas demanda prioridade nos recursos do Estado. “Os equipamentos públicos, a bem da verdade, é uma grande marca do ex-governador. Seria injusto não considerar. O grande problema é que mesmo diante dessas obras necessárias, não houve programação quanto aos gastos futuros”, ratificou.
O parlamentar também cobrou a necessidade de o Executivo aumentar os recursos para a saúde, para que os problemas sejam minimizados. “Nós sambemos que o Estado é obrigado a aplicar pelo menos 12% da arrecadação. O 12% é o mínimo, pode ser 13%, 14% ou 20%, mas tem que chegar a um limite que atenda a sociedade”, salientou.
Municípios
Para Heitor, o colapso nos hospitais secundários e terciários se dá, principalmente, em razão de os municípios também não investirem em equipamentos complexos. “Você imaginar que em Caucaia não tem um hospital para atender as necessidades terciárias e secundárias. Caucaia é um exemplo de município como tantos outros que não cumpre com a obrigação institucional”.
O.S
O parlamentar frisa que entrou com requerimentos na Assembleia Legislativa sobre as Organizações Sociais que administram equipamentos do Estado, gerando uma leva maior de recursos, do que o Estado administrando os hospitais. “Essa é uma questão que temos que profundar: O.S e administração direta. Questionamos a não prestação de conta das O.S e os vínculos famílias existente nas organizações”, lembrou.
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