PMDB expulsa Carlos Mesquita por infidelidade
A Comissão de Ética do PMDB expulsou, ontem, o vereador Carlos Mesquita do partido, o acusando de infidelidade partidária, por não ter seguido orientações do partido, de não ter apoiado nas eleições de 2014, o candidato da legenda ao Governo do Estado, Eunício Oliveira. No processo, testemunhas provaram que Mesquita apoiou o candidato adversário, Camilo Santana (PT), que acabou elegendo-se chefe do Executivo. Em entrevista à imprensa, Mesquita negou ter infringido as regras do partido e apoiado Camilo Santana. Outros quatro casos semelhantes estão em análise pelo Conselho de Ética do partido e dois serão julgados na próxima semana, referentes aos prefeitos de Santa Quitéria (Fabiano Lobo) e de Nova Russas (Gonçalo Diogo).
“Eu acho que o PMDB perde mais do que ganha, e eu estou tranquilo. Vou seguir minha vida. Agora, foram 23 anos de participação de todas as decisões do PMDB, sou um arquivo desses 23 anos, do que aconteceu, do que deixou de acontecer e o que poderá acontecer no partido”, disse o vereador, após ouvir a sentença do partido.
Comprovação
A participação de Carlos Mesquita em atividades de campanha do candidato adversário foi comprovada por meio de matérias de jornalísticas, fotografias, além de outros documentos.
Segundo Mesquita, tudo foi planejado e citou para a imprensa supostas irregularidades cometidas pelo ex-vereador Sergio Benevides, pelo deputado Carlomano Marques e pelo próprio presidente estadual da legenda, senador Eunício Oliveira.
Troféu“O Carlos Mesquita é um troféu, porque teve fatos como do Sérgio Benevides no passado, que não aconteceu nada, porque teve fatos lamentáveis do Carlomano Marques com o senador Eunício Oliveira, em uma reunião que aconteceu com os médicos de Fortaleza, em uma exibição de documentos de detração, e nunca teve nada”, acusou.
Provas
No processo, Mesquita apresentou provas que comprovam que atuou na campanha de Eunício, como fotos na inauguração do comitê do ex-candidato, onde bateu fotos com Carlomano Marques e com o próprio Eunício Oliveira. “O meu irmão, inclusive, trabalhou diuturnamente dentro da campanha dele”, frisou, salientando que, mesmo assim, recebeu a punição com naturalidade.
Coronel
Segundo o parlamentar, o partido tem um “coronel” que obriga a todos a fazer o que ele quer. “Eu nunca me quedei a isso”, disse, lembrando que defendeu a atuação do PMDB na Câmara Municipal de Fortaleza, bem como a atuação de Eunício Oliveira.
De acordo com o presidente da Comissão de Ética, Marlon Cambraia, todas as denúncias foram entregues à comissão, por meio da Executiva do PMDB, e durante o processo foi reservado o mesmo espaço tanto para o vereador Carlos Mesquita apresentar sua defesa, quanto aos denunciantes de manifestarem suas provas.
Marlon dá conta ainda que a Comissão se ateve aos depoimentos contidos no Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) feito na Polícia Federal, quando Carlos Mesquita foi preso, acusado de ter supostamente comprado votos. No TCO, há o depoimento dos policiais que o prenderam, confirmando a apreensão de material de campanha do candidato adversário, camisetas amarelas e dinheiro em espécie. De acordo com o presidente da Comissão de Ética, o advogado de Carlos Mesquita não impugnou o Termo Circunstanciado de Ocorrência TCO.
Carlos Mesquita poderá recorrer da decisão
Com um prazo de cinco dias, a contar da próxima segunda-feira (27), Carlos Mesquita poderá recorrer à Comissão Nacional de Ética e Disciplina do PMDB, instância superior, onde o caso vai ser reavaliado. Caso a Comissão Nacional mantenha a decisão, o vereador Carlos Mesquita será expulso sumariamente e poderá perder seu mandato, já que o partido também irá pedir o mandato do vereador através de processo judicial.
Mais casos
Além do vereador Carlos Mesquita, há ainda outros oito casos de infidelidade partidária, que estão sendo averiguados pela comissão. Na próxima quinta-feira, 30, os membros do colegiado voltam a se reunir para tratar dos processos do Prefeito de Novas Russas, Gonçalo Diogo, e de Santa Quitéria, Fabiano Lobo, também denunciados por filiados de não terem apoiado o candidato do PMDB, Eunício Oliveira.
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