terça-feira, 21 de julho de 2015

Pesquisa mostra credibilidade da imprensa em baixa

Número de pessoas que não confiam na imprensa é quase o dobro das que confiam

Jornal GGN - Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça-feira (21) reafirma o cenário de dificuldade para o governo Dilma Rousseff junto à população. Mas também traz outro dado, este alarmante para a imprensa: apenas 13,2% das pessoas que responderam ao estudo afirmaram que sempre acreditam no que a mídia publica. Quase o dobro disso, 21,2%, disseram que nunca confiam no que é dito pelos jornais.
No ranking da credibilidade, a imprensa vai quase tão mal quanto o governo (que tem a confiança de 1,1%), o Congresso (0,8%) e partidos políticos (0,1%), ocupando o quinto lugar como instituição mais confiável, com a preferência de 4,8% - a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos para mais ou para menos. Nas primeiras posições da lista estão a polícia (5%), justiça (10,1%), forças armadas (15,5%) e igreja (53,5%).
Confiança nas instituições
Igreja: 43,0% confiam sempre e 11,7% não confiam nunca
Forças Armadas: 19,2% confiam sempre e 17,2% não confiam nunca
Imprensa: 13,2% confiam sempre e 21,2% não confiam nunca
Justiça: 10,5% confiam sempre e 24,8% não confiam nunca
Polícia: 8,9% confiam sempre e 23,5% não confiam nunca
Governo: 2,0% confiam sempre e 56,2% não confiam nunca
Congresso Nacional: 1,6% confia sempre e 51,6% não confiam nunca
Partidos políticos: 1,0% confia sempre e 73,4% não confiam nunca
Ranking das instituição que mais confia:
1º - Igreja (53,5%)
2º - Forças Armadas (15,5%)
3º - Justiça (10,1%)
4º - Polícia (5,0%)
5º - Imprensa (4,8%)
6º - Governo (1,1%)
7º - Congresso Nacional (0,8%)
8º - Partidos políticos (0,1%)
Apesar dos números, os meios tradicionais de comunicação conseguiram massificar a cobertura da Lava Jato, a ponto de 78,3% dos entrevistados afirmarem que estão acompanhando ou já ouviram falar das investigações sobre esquemas na Petrobras. Dentro desse grupo, 69,2% consideram que Dilma é culpada pela corrupção na estatal, e outros 65% acham que o ex-presidente Lula também está envolvido no caso.
Para 40,4%, o maior culpado na Operação Lava Jato é o governo federal, seguido de partidos políticos (34,4%), diretores ou funcionários da empresa (14,2%). As construtoras, que participam do núcleo que admitiu pagar propina para obter contratos vultosos com a Petrobras, são culpadas para apenas 3,5% dos entrevistados.
Entre os que acompanham ou ouviram falar da Lava Jato, 67,1% não acreditam que os envolvidos em corrupção serão punidos. Outros 86,8% consideram que as denúncias são prejudiciais para a economia do país, e 52,5% acham que o governo Dilma não é capaz de combater a corrupção na Petrobras. Nesse cenário, 90,2% pensam que não há exageros em relação às prisões preventivas; 37,3% disseram saber o que é delação premiada e, nesse grupo, 52,8% são a favor do acordo de colaboração.
Mais da metade dos entrevistados (53,4%) avaliam que a corrupção é um dos principais problemas do país. Para 37,1%, o tema está no topo da lista. Já 7,8% consideram que a corrupção é um problema, mas não prioridade.
AVALIAÇÃO DE GOVERNO
O resultado do desgaste da economia, dos episódios de crise com o Congresso e das denúncias de corrupção marteladas diariamente é uma nova baixa na avaliação de governo, que só é positiva para para 7,7% dos entrevistados, contra 70,9% de avaliação negativa. A aprovação do desempenho pessoal da presidente atinge 15,3%, ante 79,9% de desaprovação.
Quando questionados sobre um eventual impeachment de Dilma, 62,8% admitem que são a favor dessa saída e 32,1% são contra. Para os que são favoráveis ao impeachment, 26,8% citaram as chamadas pedaladas fiscais; 25,0%, a corrupção na Petrobras; 14,2%, irregularidades nas contas da campanha em 2014 e 44,6%, os três motivos como justificativa para o impeachment.
Para 60,4%, a crise mais grave enfrentada por Dilma atualmente é a econômica; 36,2% consideram que é a crise política.
A crença de que Dilma não é capaz de lidar com a crise econômica foi detectada entre 84,6% dos entrevistados. Para 61,7%, em três anos ou mais ela conseguirá resolver os impasses necessários à retomada do crescimento. O mesmo índice, 61,5%, acha que o ajuste fiscal não ajuda a economia. 
EXPECTATIVA (para os próximos 6 meses)
Emprego: vai melhorar: 15,0%, vai piorar: 55,5%, vai ficar igual: 27,5%.
Renda mensal: vai aumentar: 13,8%, vai diminuir: 33,7%, vai ficar igual: 50,2%.
Saúde: vai melhorar: 13,6%, vai piorar: 47,5%, vai ficar igual: 37,1%.
Educação: vai melhorar: 15,1%, vai piorar: 41,0%, vai ficar igual: 42,1%.
Segurança pública: vai melhorar: 12,9%, vai piorar: 46,2%, vai ficar igual: 39,2%.

CENÁRIO PARA 2018
Sondando o resultado de um possível primeiro turno presidencial entre os candidatos Aécio Neves (PSDB) - que ficou em segundo lugar na última eleição -, Marina Silva (PSB), Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PP), a pesquisa CNT/MDA mostra que o tucano sairia na frente com 35,1% das intenções de votos, contra 22,8% de Lula, 15,6% de Marina e 4,6% de Bolsonaro.
Num segundo cenário, com Geraldo Alckmin (PSDB) disputando no lugar de Aécio, o placar seria o seguinte: Lula com 24,9%, seguido de Marina (23,1%), Alckmin (21,5%) e Bolsonaro (5,1%).
No quadro em que Alckmin é substituído pelo senador José Serra, também do PSDB, Lula aparece com 25%, seguido por Marina (23,3%), Serra (21,2%) e Bolsonaro (5,5%).
Na briga do segundo turno presidencial, todos os candidatos do PSDB levam vantagem sobre Lula. Aécio ficaria com 49,6% ante 28,5% do petista; Alckmin com 39,9%, contra 32,3% de Lula. E Serra teria 40,3%, face os 31,8% do ex-presidente.
Atualmente, 44,8% acreditam que se Aécio tivesse vencido a eleição, o governo dele estaria melhor do que o da presidente Dilma. Para 36,5%, estaria igual. E 10,9% consideram que estaria pior.
Foram entrevistadas 2.002 pessoas, em 137 municípios de 25 Unidades Federativas, das cinco regiões. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais com 95% de nível de confiança. 
A íntegra da pesquisa pode ser acessada em
LUIS NASSIF ONLINE - CGN

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