Pedreiro tem salário maior do que professor em concurso em Itaitinga
Vaga de professor paga R$ 974, enquanto a de pedreiro é de R$ 1.019. Mesmo que a hora trabalhada do professor seja maior, sindicato critica
De acordo com o edital, a vaga para profissional do magistério é de R$ 974,80, já a do pedreiro, R$ 1.019,14. Ou seja, um professor precisa trabalhar cinco horas por dia, de segunda a sexta-feira, para receber menos de mil reais por mês.
Para o presidente do Sindicato Apeoc (Associação dos Professores de Estabelecimentos Oficiais no Ceará), Anízio Melo, os municípios cearenses têm desvalorizado a profissão, com poucos incentivos para crescimento na área. “A maioria das cidades têm achatado a nossa carreira, sem incentivos e pagando obrigatoriamente apenas o piso salarial. Quem faz o concurso só tem a expectativa de receber o piso”, afirma.
No edital, um professor com carga horária de 200 horas mensais receberá R$ 1.949,60, exatamente o dobro de um que trabalhe 100 horas. Em contato com a Prefeitura de Itaitinga, oTribuna do Ceará foi informado de que a carga horária do professor é de 100 horas mensais, enquanto a do pedreiro é de 160 horas mensais, por isso o educador receberá menos, já que tem menos horas trabalhadas. “Vale lembrar que o município de Itaitinga aplica desde o início do ano a Lei do Piso Nacional dos Professores, onde o salário da categoria não pode ser inferior a R$ 1.917,78 por 200 horas mensais trabalhadas”, disse em nota.
Em 10 de julho, a Lei nº 15.804 foi publicada no Diário Oficial do Estado, garantindo o aumento do piso nacional dos profissionais do magistério repercutindo na carreira para todos (efetivos, temporários, aposentados e pensionistas). O artigo 4º da lei assegura que os efeitos financeiros vigorarão a partir de 1º de janeiro de 2015. A mudança deve gerar impacto de pelo menos R$ 70,5 milhões por ano ao Estado.
“Nós estamos em uma luta nacional. Os professores da rede estadual tiveram uma grande conquista. Mesmo assim, o professor no Brasil precisa ter um novo patamar de avanço. Ainda não estamos satisfeitos”, conclui o presidente da Apeoc.
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