Segundo Randolfe, numa entrevista que deu em Pernambuco, Marina vai votar nele, mesmo sendo vice de Eduardo…Por que será que ele tem essa certeza?
"Em eleições anteriores, a doação de empresas privadas às candidaturas do PSOL provocou turbulências entre a militância do partido. Para a disputa de 2014, Randolfe afirmou, inicialmente, que a legenda não aceitaria recursos vindo de empresas de três setores: agronegócio, empreiteiras e bancos.Questionado sobre se aceitaria dinheiro de empresas de outras áreas, o senador afirmou que a sigla decidiu que as candidaturas serão sustentadas com dinheiro do fundo partidário e doações de pessoas físicas.Randolfe fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff, em especial aos aumentos na taxa de juros, e ao que chamou de autonomia concedida ao Banco Central.Perguntado se a sigla será enfática ao defender pautas da esquerda, como a legalização da maconha, a descriminalização do aborto e a estatização do setor produtivo, Randolfe respondeu de forma genérica. "Vamos fazer uma campanha de esquerda porque nós somos a esquerda. Alguém tem que fazer a contra-ofensiva. Alguém tem que fazer a resistência."Brigas internasAlém de contar com poucos recursos e tempo escasso de televisão, para se sair bem nas urnas o PSOL também terá que lidar com as históricas divergências internas. Randolfe acabou sendo escolhido em detrimento de Luciana Genro, que pertence à corrente Movimento Esquerda Socialista (MES), em uma decisão tomada pelas lideranças do partido, sem a realização de prévias.Uma parte da militância, organizada em torno da corrente Insurgência, não reconhece a escolha de Randolfe para a disputa presidencial, exigindo a realização de prévias dentro do partido. Este grupo defende a escolha do cearense Renato Roseno. "
PSOL LANÇA PRÉ-CANDIDATO À PRESIDÊNCIA
Num momento em que os
protestos perdem aprovação da população, embora a maioria ainda os aprove, o PSOL busca uma equação para alavancar a pré-candidatura do senador
Randolfe Rodrigues (AP) para a disputa presidencial, oficializada nesta segunda-feira (24) em evento no centro de São Paulo, no qual estiveram presentes as principais figuras públicas da legenda.
RAIO-X DO PSOL
FUNDAÇÃO
Foi fundado em 2004 por parlamentares expulsos do PT, como Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá. Em 2005, após o escândalo do mensalão, outra leva de ex-petistas migrou ao PSOL, como Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Valente e Randolfe Rodrigues.
ELEIÇÕES ANTERIORES
O melhor desempenho na disputa presidencial foi em 2006, com Heloísa Helena, que à época era a principal alternativa às candidaturas de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin e obteve 6,8% dos votos válidos. Em 2010, Plínio de Arruda conquistou apenas 0,9% dos eleitores.
REPRESENTAÇÃO
Possui, atualmente, um senador (Randolfe Rodrigues) e três deputados federais (Chico Alencar, Ivan Valente e Jean Wyllys). A figura pública mais conhecida do partido hoje é o deputado estadual Marcelo Freixo (RJ), que obteve cerca de 28% dos votos na última disputa pela prefeitura do Rio, vencida por Eduardo Paes (PMDB) A sigla não possui nenhum governador. A única cidade importante governada por PSOL é Macapá, com Clécio Luis.
COMPOSIÇÃO
A exemplo do PT, reúne diversas tendências internas que, com frequência, disputam o comando e os rumos do partido.
O QUE DEFENDE
O partido tenta se firmar como uma alternativa de esquerda à polarização entre PT e PSDB. Defende maior presença do Estado na economia e no setor produtivo, é a favor da legalização da maconha, é contra privatizações, defende a taxação de grandes fortunas e o financiamento público de campanha. Tem como horizonte a construção de um socialismo democrático. Sua militância é presente nos protestos desde junho passado.
FIGURAS PÚBLICAS
Marcelo Freixo, Heloísa Helena, Randolfe Rodrigues, Plínio de Arruda Sampaio, Jean Wyllys, Ivan Valente e Chico Alencar.
Presente nos protestos desde junho passado, a sigla usará as manifestações para projetar-se, mas, ao mesmo tempo, fará esforços para se dissociar dos black blocs, sobretudo após os boatos recentes de que o partido financiava a atuação dos mascarados no Rio de Janeiro.
"Nosso partido se reivindica como socialista. A tática deles [black blocs] é opositora à nossa, em qualquer estudo teórico, desde o século 19. Nós temos pelo menos um século de divergências", afirmou Randolfe a jornalistas.
"As manifestações estão na nossa gênese. Abominamos a violência em qualquer tipo de circunstância, seja de manifestantes ou policiais. Aqui em São Paulo, aliás, quem pratica a violência é a Polícia Militar. Na última manifestação, 20% dos manifestantes, inclusive jornalistas, foram presos pela polícia", disse Randolfe, para, em seguida, acrescentar que a sigla continuará apoiando os atos.
"Vamos apoiar qualquer manifestação e repudiar qualquer violência parta de onde partir. Vamos torcer pelo Brasil na Copa do Mundo e nos protestos", afirmou.
Sigla espera crescer
O melhor desempenho do PSOL nas eleições presidenciais foi obtido em 2006, quando Heloísa Helena conquistou 6,8% dos votos em uma disputa polarizada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Em 2010, o paulista Plínio de Arruda Sampaio obteve menos de 1% do eleitorado.
Nas eleições de 2012, a sigla fez crescer suas bancadas nos legislativos municipais e elegeu prefeitos em Itacoatiara (RJ) e Macapá, governada por Clécio Lima. A expectativa do partido é que os protestos, além de aumentar a votação na disputa presidencial, alavanquem as candidaturas ao Congresso Nacional e às Assembleias Legislativas.
Atualmente, o PSOL possui apenas três deputados federais (Ivan Valente, Chico Alencar e Jean Wyllys) e um senador (Randolfe) e é pouco conhecido pela maioria do eleitorado.
Pré-candidata a vice-presidente na chapa com Randolfe, Luciana Genro (PSOL-RS) afirmou no evento de hoje que a candidatura à Presidência do senador deverá ser um "catalisador" da insatisfação popular manifestada nas ruas.
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O PSOL lançou nesta segunda-feira (24), em São Paulo, a pré-candidatura do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) para a Presidência da República. A chapa tem como vice Luciana Genro (PSOL-RS), além de Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) Marlene Bergamo/Folhapress
"Vamos mostrar que o povo organizado pode mudar o país. Precisamos de muitos 'junhos' pela frente. Queremos organizar a insatisfação, e seu nome, Randolfe, será o catalisador dessa insatisfação. Queremos milhões nas ruas. O processo eleitoral será uma continuidade desta luta por mudanças", declarou a gaúcha.
Para Genro e Randolfe, os boatos sobre a ligação do PSOL, inclusive do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ), com os black blocs, não enfraqueceram a sigla, já que a militância psolista e figuras públicas do partido se mobilizaram nas redes sociais para desmentir as informações.
JEAN WYLLYS (PSOL) VAI APRESENTAR PROJETO DE LEI PARA LEGALIZAR MACONHA
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) protocolará, na semana que vem, na Câmara dos Deputados, projeto de lei para legalizar o uso e regulamentar a produção de maconha. A proposta foi construída com base em projetos semelhantes aprovados no Uruguai, Espanha, Portugal e no Estado norte-americano do Colorado.
"O PSOL saiu unido, forte e vitorioso do episódio do Rio de Janeiro", disse Randolfe. "O ataque não foi apenas ao Marcelo [Freixo]. Foram às mobilizações, ao PSOL", acrescentou Genro.
Alvo principal dos boatos, Freixo afirmou que o partido terá que ser enfático ao dissociar-se dos black blocs. "Esse é um papel que o PSOL vai ter que cumprir. Vamos ter que nos diferenciar, deixar claro que não apoiamos atos violentos. Há a violência policial e há setores que caíram na armadilha de responder a essa violência com mais violência", afirmou o parlamentar ao UOL.
Neste ano, Freixo tentará reeleger-se deputado estadual e se cacifar para a disputa da Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016.
Financiamento da campanha
Em eleições anteriores, a doação de empresas privadas às candidaturas do PSOL provocou turbulências entre a militância do partido. Para a disputa de 2014, Randolfe afirmou, inicialmente, que a legenda não aceitaria recursos vindo de empresas de três setores: agronegócio, empreiteiras e bancos.
Questionado sobre se aceitaria dinheiro de empresas de outras áreas, o senador afirmou que a sigla decidiu que as candidaturas serão sustentadas com dinheiro do fundo partidário e doações de pessoas físicas.
Randolfe fez duras críticas ao governo Dilma Rousseff, em especial aos aumentos na taxa de juros, e ao que chamou de autonomia concedida ao Banco Central.
Perguntado se a sigla será enfática ao defender pautas da esquerda, como a legalização da maconha, a descriminalização do aborto e a estatização do setor produtivo, Randolfe respondeu de forma genérica. "Vamos fazer uma campanha de esquerda porque nós somos a esquerda. Alguém tem que fazer a contra-ofensiva. Alguém tem que fazer a resistência."
Brigas internas
Além de contar com poucos recursos e tempo escasso de televisão, para se sair bem nas urnas o PSOL também terá que lidar com as históricas divergências internas. Randolfe acabou sendo escolhido em detrimento de Luciana Genro, que pertence à corrente Movimento Esquerda Socialista (MES), em uma decisão tomada pelas lideranças do partido, sem a realização de prévias.
Uma parte da militância, organizada em torno da corrente Insurgência, não reconhece a escolha de Randolfe para a disputa presidencial, exigindo a realização de prévias dentro do partido. Este grupo defende a escolha do cearense Renato Roseno.
A tendência a qual Randolfe faz parte, a Ação Popular Socialista (APS), majoritária no diretório nacional, rachou no ano passado e um dos setores passou a apoiar Roseno. Os opositores do senador o criticam por ser moderado e flexível a alianças com partidos que estão fora do círculo de alianças do PSOL (PSTU e PCB).
(UOL)