terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

PLANOS DE SAÚDE NA BERLINDA

ANS suspende 111 planos de saúde de 47 operadoras

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o diretor-presidente da ANS, André Longo, anunciam a suspensão de 111 planos de saúde administrados por 47 operadoras Foto: Givaldo Barbosa
O ministro da Saúde, Arthur Chioro, e o diretor-presidente da ANS, André Longo, anunciam a suspensão de 111 planos de saúde administrados por 47 operadorasGIVALDO BARBOSA
BRASÍLIA - A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nesta terça-feira a suspensão de 111 planos de saúde administrados por 47 operadoras. A medida foi anunciada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, devido ao descumprimento de prazos estabelecidos para realização de exames, internação e atendimento médico. Além disso, entram na análise as negativas indevidas de cobertura. A medida vale a partir desta sexta-feira e tem prazo de três meses.
O ministro da Saúde disse que o monitoramento terá continuado nos próximos trimestres. Ele avaliou que a medida faz com que as operadoras, em um curto prazo de tempo, procurem resolver seus problemas e melhorar o atendimento ao consumidor.A atual suspensão beneficia 1,8 milhão de consumidores que já contrataram esses planos na avaliação da ANS, uma vez que, para voltar a comercializar seus produtos, as empresas terão de melhorar a qualidade de atendimento. Dos 111 planos, 83 foram suspensos neste ciclo de monitoramento e 28 permaneceram com a comercialização proibida desde o ciclo anterior por não terem alcançado a melhoria necessária para serem reativados. Entre as operadoras, 31 permaneceram na lista de suspensão.
— É tanto significativo o número de planos suspensos como também o numero dos que passam por fase de qualificação e passam a ser liberados — afirmou Chioro.
Ao todo, 77 planos de 10 operadoras que conseguiram melhorar o acesso e a qualidade dos seus serviços foram autorizados a voltar a incluir clientes em suas carteiras. Outras 22 operadoras tiveram reativação parcial de seus planos autorizada pela ANS – 45 dos planos dessas operadoras serão liberados atora. A reativação desses 122 planos, segundo a agência, representa uma melhora assistencial que atinge diretamente mais de 3,5 milhões de consumidores.
Entre 19 de agosto e 18 de dezembro de 2013, período de coleta de dados do 8º ciclo de monitoramento, a ANS recebeu 17.599 reclamações sobre 523 planos de saúde – alta de 16% no número de reclamações em comparação com o período anterior. Este é o maior número de reclamações desde que o programa de monitoramento foi implantado, em dezembro de 2011.
Na avaliação do diretor-presidente da ANS, André Longo, o aumento no número reflete o conhecimento por parte da população de seus direitos e uma melhor reação da agência reguladora diante das queixas.
— Isso reflete o fato de que a política tem induzido as operadoras a resolver as queixas que chegam à agência — disse Longo.
Idec diz que fiscalização é passiva
Segundo a coordenadora institucional da Proteste - Associação de Consumidores, Maria Inês Dolci, “monitorar, fiscalizar e punir as empresas que descumprirem as regras é a forma de evitar o desgaste dos usuários que pagam por planos de saúde e esperam meses para conseguir atendimento".
Já o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) critica a fiscalização da ANS por sua passividade, por envolver apenas casos de consumidores que procuraram a agência reguladora.
"A fiscalização deveria ser de forma ativa, com articulação da agência com os órgãos de defesa do consumidor, como Procons e defensorias públicas, para que as sanções fossem estendidas a um número que não fosse tão aquém da realidade. Ainda, é necessário que haja mecanismos para impedir o registro de produtos iguais aos suspensos só que com nomes diferentes", afirma o Idec em nota.
A Proteste destaca que antes de contratar um plano de saúde, o consumidor deve verificar o registro para conferir se não se refere a um plano com comercialização suspensa pela ANS. Esta informação pode ser encontrada no portal agência em www.ans.gov.br no item Planos de Saúde e Operadoras, Contratação e Troca de Plano.
Se o consumidor perceber que o plano que lhe foi ofertado está com comercialização suspensa, deve denunciar a operadora à ANS, para que aaAgência aplique eventuais sanções administrativas, lembra o Idec. Além disso, os consumidores que já possuem planos suspensos não podem ter seu atendimento prejudicado.
"Muito pelo contrário, para que o plano volte a ser comercializado é necessário que a operadora e reduza o nível de descumprimento de prazos e de negativas de cobertura. Se o consumidor for atendido fora do prazo ou tiver um tratamento negado, deve denunciar à ANS por meio de um dos canais de atendimento", afirma o Idec.
O que diz o setor
Por meio de nota, a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge) informou que reconhece a importância da fiscalização realizada pela ANS. A entidade ressaltou, no entanto, que as reclamações representam apenas 0,007% do total de procedimentos.
"O setor considera importante o estabelecimento de prazos máximos de atendimento, mas entende que a metodologia de avaliação deve ser aperfeiçoada conforme sugestão já apresentada à ANS por todas as entidades nacionais representantes das operadoras de planos e seguros de saúde", disse.
A Unimed Paulistana informou que continuará a não medir esforços para prestar atendimento de excelência a seus beneficiários, “buscando a contínua melhoria de processos operacionais e assistenciais.” Também procuradas pelo GLOBO, as demais empresas ainda não encaminharam posicionamento sobre a decisão da ANS.
As demais operadoras que tiveram planos suspensos, afetando um total de 30 mil usuários também foram procuradas pelo GLOBO, mas ainda não se pronunciaram. (O GLOBO)


Nenhum comentário:

Postar um comentário

DESTAQUE

Vem pra Alece chega à 2ª edição com serviços gratuitos e atrações culturais

Primeira edição do Vem pra Alece, em outubro - Foto: Dário Gabriel/Alece Para reforçar ainda mais o movimento do Parlamento Aberto, a Assemb...