OUTROS DIAS SEM TRANSPORTE
ÔNIBUS PARADOS Após mostrar força em ato de três horas, ontem, grupo de motoristas cobra aumento e ameaça greve em julho
O Centro do Recife testemunhou ontem a força de motoristas e cobradores de ônibus que fazem parte de um grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários. Por causa de um protesto, durante três horas, dezenas de coletivos ficaram parados nas principais vias da cidade, principalmente no Centro. As Avenidas Conde da Boa Vista e Guararapes se transformaram em estacionamento. Agora, a categoria promete mais ações e anuncia paralisação por tempo indeterminado, a partir de 1º de julho, caso as reivindicações não sejam aceitas pelos empresários.
Os
rodoviários exigem reajuste igual ao aumento da cesta básica, de 33%. O salário
do motorista passaria de R$ 1,5 mil para R$ 2 mil e o do cobrador de R$ 690
para R$ 1,2 mil. Outro pedido é que o vale-refeição suba de R$ 160 para R$ 300
.
Apesar da
paralisação, que deixou milhares de pessoas sem transporte entre 6h30 e 9h da
manhã, não houve confronto com a Polícia Militar, que acompanhou tudo desde o
início. Equipes do Batalhão de Cavalaria estiveram na Avenida Guararapes,
enquanto outros militares fizeram rondas com motos e carros.
Milhares de
passageiros tiveram que improvisar a ida ao trabalho ou aos compromissos
"Peguei o ônibus em Afogados para ir a uma consulta médica, no Barro.
Perdi a hora", afirmou Elizeth Silva.
Outros
usuários conseguiram chegar ao Centro e esperaram sentados nas calçadas da
Avenida Conde da Boa Vista. "Vim do Derby a pé. Vou descansar um pouco
para poder chegar ao estágio, no Bairro do Recife", disse o universitário
Luís Carlos.
Em alguns
pontos da Região Metropolitana, a população também sentiu a falta de coletivos.
Na Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, os ônibus pararam de circular. Nos
terminais de Rio Doce, também em Olinda, e Macaxeira, Barro e Tancredo Neves,
no Recife, os motoristas nem ligaram os carros.
Alguns
disseram ser contra a paralisação, principalmente por ela ter sido marcada sem
aviso antecipado aos passageiros. "Cheguei ao Centro e eles começaram a
parar. Deveriam ter avisado", relatou a auxiliar de enfermagem Joelma
Pimentel. Mas a maioria concordava. "É a única maneira que eles têm de
mostrar força", lembrou Claudionor Silva.
Os
organizadores do protesto informaram que foi uma ação pacífica e que é uma
forma de chamar a atenção também contra o Sindicato dos Rodoviários.
"Somos contra o fato de termos o mesmo presidente há 33 anos",
observou Mário Botelho. "Nunca conseguimos o justo nas campanhas
salariais. Estamos cansados, precisamos mudar".
No fim da
paralisação, os trabalhadores se reuniram e fizeram uma oração, no cruzamento
da Guararapes com Rua do Sol, no Centro.
TRANSPORTE
Greve dos rodoviários mostra ineficiência do transporte público
Para leitor, greve dos rodoviários é justa diante do péssimo serviço prestado
A greve de advertência realizada na manhã do dia 14 de junho pelos membros da Oposição Rodoviária é mais uma prova de que o serviço de transporte público, apesar dos constantes reajustes, só piora. Isto afeta significativamente todos os outros setores da RMR. Admira-me ver que tantos protestos feitos pelos usuários destes serviços de nada serviram para alertar o nosso Poder Executivo. O transporte público segue na contramão, torna-se a cada dia mais caro, pior e desrespeitoso.
NOVO PROTESTO ESTÁ MARCADO PARA DIA 20
Um novo
protesto está sendo organizado para o próximo dia 20. Dessa vez a ação será
conjunta em várias capitais do Brasil e o Recife já confirmou a participação. O
evento foi batizado de Dia Nacional de Luta em Defesa do Transporte Público e
Pelo Passe Livre.
Pelas redes
sociais o ato está convocando todas as entidades de trabalhadores além de
movimentos estudantis.
"Depois
de paralisações de metroviários e rodoviários, vamos intensificar a luta pela
garantia de um transporte coletivo e público de qualidade", citou o
chamado na página do movimento no Recife, pelo Facebook.
"Temos
uma demanda objetiva: em face da desoneração de PIS/Cofins para o empresariado,
a redução das tarifas é plenamente possível. Petrolina é um exemplo. Goiânia e
Porto Alegre são exemplos de processos que conseguiram reduzir", explicou.
Além do
Recife outras 12 cidades já confirmaram participação no protesto. Uma reunião
para decidir detalhes da ação está marcada para a próxima terça-feira à tarde
no Centro do Recife.
Também na
terça-feira o Sindicato dos Rodoviários participa de uma rodada de negociação
com as empresas de transporte no Ministério Público do Trabalho.
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