Suspeito de acender rojão que matou cinegrafista é preso na Bahia
Do UOL, em São Paulo
Pousada
Caio Silva de Souza estava em uma pousada e, segundo o recepcionista Hergleidson de Jesus Moreira, deu entrada na tarde da terça com o nome de Vinícius Marcos de Castro, pagando uma diária. "Ninguém suspeitou de nada", disse.
- Caio Silva de Souza é morador da Baixada Fluminense, segundo a Polícia Civil
Resistência à prisão
Ainda segundo Hergleidson, ele não resistiu à prisão, que ocorreu por volta das 2h (3h no horário de Brasília). O advogado do jovem, Jonas Tadeu, acompanhou a operação. Segundo informações da "GloboNews", ele deve chegar ao Rio por volta das 9h. A 17ª DP do Rio (São Cristóvão) acredita que Caio seja enviado ao local, já que o delegado responsável pelo caso e pela prisão, Maurício Luciano de Almeida e Silva, é de lá.
Também de acordo com a emissora, Caio iria se esconder na casa de parentes. O suspeito estava foragido desde segunda-feira (10), quando a Justiça do Rio ordenou sua prisão temporária por 30 dias. Ele foi reconhecido através de fotos pelo tatuador Fábio Raposo, acusado de entregar o rojão.
Foto
Mais cedo, a Polícia Civil do Rio havia divulgado uma nova foto de Caio. O jovem tem duas passagens por tráfico de drogas nas delegacias de Mesquita (53ª DP) e de Comendador Soares (56ª DP). Souza não foi indiciado porque os inquéritos abertos nos dois distritos não confirmaram as suspeitas envolvendo o jovem. Além das passagens por tráfico, ele teve seu nome citado em outros dois boletins de ocorrência, ambos registrados após manifestações no Rio. Em um deles, Souza é suspeito de ter cometido crime de menor potencial ofensivo --a Polícia Civil não deu detalhes sobre a ocorrência. Já no segundo boletim, o jovem é citado como vítima de agressão.
Souza trabalha no hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro, segundo informações da Secretaria de Estado de Saúde, mas não é funcionário público, e sim contratado de uma empresa terceirizada. A função dele na unidade é auxiliar de serviços gerais. O nome da empresa com a qual o suspeito teria o vínculo empregatício não foi divulgado pela secretaria.
Explosão
Após quatro dias internado no CTI (Centro de Tratamento Intensivo), Santiago teve morte encefálica na manhã de segunda-feira (10), no Hospital Souza Aguiar, no centro do Rio. Mesmo após a neurocirurgia para estancar o sangramento e estabilizar a pressão intracraniana, Andrade ficou com mais de 90% do cérebro sem irrigação sanguínea. Na tarde de segunda-feira, a família doou os órgãos, conforme pedido prévio do cinegrafista.
Cremação
Santiago será cremado na próxima quinta-feira (13), no cemitério do Caju, na zona norte fluminense. O velório ocorrerá das 7h até as 11h, e será aberto para profissionais de imprensa, amigos e público em geral. A partir das 11h, a cerimônia será fechada para a família do cinegrafista. A cremação acontecerá ao meio-dia.
Ampliar
Imprensa internacional destaca morte de cinegrafista atingido por rojão no RJ
- O portal de notícias "MSN" da Nova Zelândia deu destaque nesta segunda-feira (10) para a morte encefálica do cinegrafista da "TV Bandeirantes" Santiago Andrade, 49, alvejado por um rojão durante os protestos contra o aumento das passagens de ônibus, no Rio de Janeiro, na semana passada Reprodução
Colegas da Band afirmaram que o clima na empresa era de tristeza e revolta. Amigo de Andrade desde que ele começou na emissora, em julho de 2004, um funcionário que preferiu não se identificar contou que o cinegrafista estava em outra cobertura e foi escalado para filmar a manifestação depois do seu horário.
Acompanhado por uma repórter que foi buscar o carro quando Andrade foi atingido, a equipe ficaria poucos minutos no local. "Eles foram gravar algumas imagens. Ele estava completamente sozinho e não tinha como se defender. Se estivesse com um auxiliar de câmera, talvez a tragédia não tivesse acontecido, porque daria tempo de avisado", disse.
PRINCIPAL SUSPEITO
- Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão
Emoção
No Facebook, a filha do cinegrafista, a jornalista Vanessa Andrade, 29, escreveu uma declaração emocionada pouco depois de saber sobre a morte do pai. Ela contou alguns momentos marcantes que viveu com Andrade, desde a infância até a despedida."Esta noite (ontem) eu passei no hospital me despedindo. Só eu e ele. Deitada em seu ombro, tivemos tempo de conversar sobre muitos assuntos, pedi perdão pelas minhas falhas e prometi seguir de cabeça erguida e cuidar da minha mãe e de meus avós".
Apoio
Em sua página pessoal, ela recebeu o apoio e o carinho de amigos, familiares e até desconhecidos. Nas redes sociais, o clima era de indignação e inconformismo pela morte do cinegrafista. Em entrevista à "TV Globo", após deixar o hospital no domingo (9), Arlita afirmou que ao visitar o marido sentiu "que ele não estava nem mais lá".Ela contou que, na quinta-feira à noite, ligou para o marido e foi atendida por outro cinegrafista que relatou a tragédia. "Achei que não tinha entendido e falei: ele foi fazer alguma matéria sobre alguém que levou uma bomba? A pessoa falou: Não, foi ele mesmo", lembrou.
Dilma
A presidente Dilma Rousseff determinou à Polícia Federal que apoie as investigações para que as "punições cabíveis" sejam aplicadas aos culpados pela morte do cinegrafista. Por meio de sua conta no Twitter, ela comentou o episódio em uma série de cinco posts. Em um deles, disse que o caso "revolta e entristece" o país.À noite, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, também prestou "solidariedade à família desse nosso companheiro, que foi assassinado no Rio de Janeiro". Ele acrescentou que o governo espera manifestações "maduras e pacíficas" durante a Copa do Mundo.
(Com Estadão)
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