Do Portal Forum
A cúpula da Receita estadual só começou a ser
trocada pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), depois que o
doleiro Alberto Youssef revelou esquema de pagamento de propinas a servidores
públicos por empresas, em troca da redução do ICMS ou das multas pelo tributo
devido
O
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), trocou a cúpula da Receita
estadual, em meio às investigações de desvios bilionários do Imposto Sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por fiscais do Estado. Pelo menos
dez servidores já foram exonerados. Em nota, a Secretaria Estadual da Fazenda
afirmou, de forma genérica, que “a recomposição de cargos e funções decorre de
ajustes implementados pela nova gestão da pasta”.
O Grupo
Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público
Estadual (MPE), e a Polícia Civil investigam os funcionários do governo por
enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. O grupo é
suspeito de cobrar propina de empresários em troca da redução do ICMS ou das
multas pelo tributo devido.
Não por
acaso, as exonerações começaram a ser publicadas no Diário Oficial um dia após
o doleiro Alberto Youssef ser ouvido na carceragem da Polícia Federal, em
Curitiba, sobre pagamentos de propina a fiscais do ICMS em São Paulo. Em
outubro de 2014, ele já havia contado à Justiça ter dado R$ 5 milhões a
servidores paulistas para quitar pendências da Pirelli Cabos Elétricos com a
Receita estadual. Segundo ele, o pagamento foi feito a pedido do executivo
Julio Camargo – outro delator na Lava Jato -, que havia sido contratado pela
empresa.
No último
mês, Youssef revelou ainda que Camargo representava a Pirelli em 2010 e que foi
procurado porque a empresa precisava pagar propina a fiscais do ICMS, pois
teria dívidas muito altas com o Fisco paulista. Youssef também informou nomes
de outros agentes públicos que participaram do esquema, que teria durado pelo
menos quatro anos e movimentado mais de R$ 15 milhões em propina.
Foto de capa: EBC
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