TRAGÉDIA
ANUNCIADA
A PREFEITURA DE FORTALEZA É RESPONSÁVEL
A frequência com que desabamentos têm sido
registrados na Capital cearense sem que medidas preventivas tenham sido tomadas
pela Prefeitura não deixa dúvidas de que há, sim, responsabilidade por omissão
dos órgãos municipais de controle urbano nesses episódios, onde, infelizmente,
óbitos têm sido registrados. Pensando se livrar da responsabilidade pela
fiscalização e monitoramento das condições de habitabilidade de imóveis na
capital, o Município aprovou, em 2012, uma Lei instituindo a chamada
autofiscalização, obrigatória para edificações erguidas na Capital, a ser
realizada a cada dois anos. Ocorre que essa autofiscalização é apenas
complementar não podendo substituir o poder de polícia da Municipalidade de
fiscalizar, interditar e obrigar os donos de imóveis a recuperarem as
edificações que apresentarem riscos iminentes a seus moradores, aos vizinhos e
aos transeuntes.
Observe-se que entre as vítimas do edifício Andrea
há pessoas que apenas se encontravam nas proximidades do prédio. Não se concebe
que na quinta Capital do país, existam prédios ou edificações quaisquer na
iminência de desabamento e não haja qualquer ação fiscalizadora da Prefeitura.
É estranho, também, que o Ministério Público não tenha se atentado para tamanha
irresponsabilidade. Os argumentos da Prefeitura de Fortaleza de que a obra era
irregular, antes de livrar a responsabilidade do Poder Público, agrava-a, pois
deveria ter ingressado com ação demolitória para desfazer obra que sabia
irregular. Se era irregular, como a Prefeitura autorizou que unidades fossem
cadastradas no Cadastro Imobiliário para fins de cobrança do IPTU e de taxas? Para
que impostos e taxas fossem cobradas, a Prefeitura ignorou irregularidades que
ao final e ao cabo resultaram na morte de pessoas inocentes?
A guisa de exemplo, Recife, onde a mesma Lei que obriga
proprietários a fazerem a chamada autofiscalização vigora, a Fiscalização
oficial segue firme a ponto de ter recentemente obtido judicialmente a
desocupação de um edifício icônico no canário arquitetônico da Capital pernambucana,
o Edifício Holliday, onde mais de 4 mil pessoas desocuparam a edificação após
sucessivas fiscalizações constatarem risco iminente de desabamento e incêndio.
Outro edifício simbólico da Capital pernambucana, o Edifício da Associação de
Imprensa Pernambucana também já teve sua interdição determinada pela Justiça, a
pedido da Procuradoria do Município do Recife, depois da constatação de haver
risco iminente de desabamento em razão da falta de manutenção.
Apesar de serem rotineiras as ações da Prefeitura
do Recife para obrigar proprietários a recuperarem seus imóveis, não são
incomuns as ações civis públicas ajuizadas pelo Ministério Público de
Pernambuco para compelir a Municipalidade a fiscalizar e ingressar com ações de
interdição. Por que não se vê essa mesma postura cuidadosa aqui em Fortaleza?
CURTO CIRCUITO
CRIAS DIVIDIDAS
As
crias de Bolsonaro, no Ceará, seguem divididas, a exemplo do que tem sido
observado no restante do País. Com o racha e a guerra declarada entre o
presidente do PSL, Luciano Bivar e o presidente da República, que inclusive já
se desfiliou da legenda que o elegeu, no Ceará o deputado estadual André
Fernandes, que já vinha às turras com o deputado federal Heitor Ferrer, decidiu
seguir os passos do criador e ficar ao lado dos radicais bolsonaristas,
enquanto Freire escolheu seguir no PSL, com Bivar.
PERDA DOS MANDATOS
Para
evitar que seus seguidores percam os mandatos, Bolsonaro resolveu criar um
Partido, o Aliança Pelo Brasil. Entretanto, é praticamente certo que esse novo
Partido não se viabilizará antes do prazo para a disputa das eleições
municipais de 2020, obrigando bolsonaristas a se abrigarem em alguma legenda de
aluguel se pretenderem disputar prefeituras e Câmaras de Vereadores.
ANTES TARDE DO QUE NUNCA
A
tragédia com o edifício Andrea, onde a falta de conservação e de fiscalização
predial levou a perdas de vidas humanas serviu para alertar para um problema
que tem se mostrado persistente na Capital cearense: o descaso generalizado com
a segurança de edificações, que pode ser atribuído não apenas aos proprietários
de imóveis, mas, também, às autoridades que deveriam fiscalizar e ficaram
inertes. Após a tragédia, reuniões, medidas e forças-tarefas começaram a ser
formada e a fiscalização municipal resolveu sair da inércia.
FISCALIZAÇÃO I
Equipe
de analistas do Tribunal de Contas do Estado do Ceará e técnicos da
Universidade Federal do Ceará (UFC) realizaram, nesta semana (18 e 19/11), a
coleta de amostras do revestimento asfáltico de trecho da Rodovia Av.
Perimetral de Sobral. Caberá ao Centro de Tecnologia em Asfalto Norte/Nordeste
da UFC, a realização de ensaios para verificar se há compatibilidade do que foi
executado em campo com o previsto no projeto básico da obra.
FISCALIZAÇÃO II
Na
semana passada, a Polícia Federal, em Pernambuco, deflagrou operação contra
irregularidades em obras na BR 101, justamente após o Tribunal de Contas de lá
detectar uso de materiais de má qualidade na rodovia. Os recursos eram federais
e foram desviados pelo órgão estadual de estradas e rodagens.
ORÇAMENTO I
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), de
autoria do Poder Executivo, para 2020, prevê um orçamento de R$ 28,8 bilhões,
sendo R$ 28,4 bilhões destinados ao Orçamento Fiscal e de Seguridade Social e
R$ 384,4 milhões ao Orçamento das Estatais - controladas pelo Estado. O
projeto 89/19 começou
a tramitar na manhã da última quarta-feira (16/10), na Assembleia
Legislativa.
ORÇAMENTO
II
A previsão para investimentos é da ordem de R$ 3
bilhões, financiados com recursos próprios, de convênios com o Governo Federal
e Municipal, de parceiras público-privadas e de operações de crédito
contratadas. Com isso, em 2020, o Governo do Estado prevê continuidade a
projetos como a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da
Parangaba-Mucuripe, a pavimentação e duplicação de rodovias, além de projetos
de melhoria da mobilidade urbana. Na proposta orçamentária consta ainda a
implantação da Linha Leste do Metrô de Fortaleza e o aperfeiçoamento do controle
de mercadorias.
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