De janeiro a maio os assaltos a ônibus de Fortaleza cresceram 411% se comparado ao mesmo período do ano passado, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus). Ontem, mais uma vez o cenário de violência nos coletivos foi evidenciado. Após reagir a um assalto, o cobrador de ônibus, Ronaldo Brito, 21 anos, pertencente à empresa Cearense, que faz a linha 381 Santa Maria/ Siqueira foi esfaqueado na cabeça. Em protesto e solidariedade, a categoria fechou, durante a manhã, por cerca de três horas, o Terminal do Siqueira.
“Os assaltantes não estão mais levando só o dinheiro, eles estão partindo para a violência também”, afirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado do Ceará (Sintro-CE), Domingos Neto. Indignados com a situação, os funcionários da empresa Cearense decidiram tirar de circulação todos os ônibus da Companhia que trabalham nas linhas que cobrem o Terminal do Siqueira.Um cobrador que não quis se identificar, afirmou que os motoristas que trabalham nas linhas que cobrem o Terminal do Siqueira, estão com medo de retaliação dos marginais, haja vista, que a população agrediu o assaltante que esfaqueou o cobrador. “A culpa é de quem faz a Segurança Pública, que não se preocupa em resolver problema. Quem sofre somos nós, pais de família que sai para trabalhar 3 horas da manhã, sem nenhuma segurança”, disse o fiscal da empresa Cearense.
174 ASSALTOS EM MAIO
O Sindiônibus informou que só em maio deste ano, a categoria já sofreu 174 assaltos, 140 a mais, do que maio do ano passado. Durante os cinco primeiros messes deste ano, contabilizou-se 932 casos. Para Pablo Ben-Hur de 21 anos, trocador há três anos, a situação é “revoltante”. O Jovem reverberou que a paralização afeta e traz prejuízos a população, contudo, “é uma forma de chamar atenção dos governos, pelo fato de que, tanto os motoristas, como trocadores e passageiros que trafegam diariamente nas vias de Fortaleza, convivem sem nenhuma segurança”.
SUFOCO
Durante as três horas que o Terminal esteve fechado, centenas de passageiros tiveram de aguardar que a manifestação dos motoristas e cobradores findasse. Uma das passageiras que estava no ônibus, que não quis se identificar com medo de retaliação, relatou que durante o assalto, “todos os passageiros ficaram transtornados, pedindo para que o motorista parasse o ônibus e abrisse uma das portas. Após alguém informá-lo que os assaltantes estavam com arma branca (faca), ele freou bruscamente”, contou. Segundo ela, foi nesse momento que o trocador teria reagido ao assalto e em seguido, a população teria agredido um dos assaltantes.
A manicure, Sandra Cavalcante Fernandes, 28 anos, alegou que já aguardava o retorno das atividades, há 2 horas. Com o filho de meses no braço, afirmou que “entendia a manifestação, mas no fim, sempre quem paga é a população”. O estudante, João Guilherme, 18 anos, também, disse que a reivindicação era justa, mas afirmou que estava “apreensivo”, porque não tinha mais dinheiro para sair do terminal e pegar um novo transporte. “Hoje, vivemos com medo de pegar um ônibus. É um tipo de situação que não se sabe como se acaba, mas no final, sempre saímos traumatizados, mesmo que não levem nossos bens”, disse. ( O ESTADO Online)
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